Dia do Gari: profissionais essenciais para a cidade lutam por valorização

Categoria ainda é invisibilizada pela sociedade

Por Erick Miranda*

Nesta quinta-feira (16) é celebrado o Dia do Gari, data que tem como objetivo trazer mais visibilidade para esse profissionais. A data foi instituída no ano de 1962, e serve para lembrar a todos o impacto do trabalho desses profissionais.

Ainda hoje, os trabalhadores que trabalham em funções como varrição de ruas e coleta de lixo, sofrem com o preconceito de muita gente. Ana Cristina de Santana, que trabalha como gari há sete anos, relata situações que já vivência nas ruas.

“Tem muitas coisas que as pessoas dizem para a gente, que estamos na rua porque não estudamos. Eu até já fui agredida por uma senhora que rasgou a minha roupa e quebrou a vassoura. Aquilo fez com que eu tivesse mais força, mais vontade de fazer o que eu faço”, afirmou.

Ana Cristina conta que antes de arrumar esse emprego, estava desempregada e era agredida pelo ex-marido. Hoje, ela é feliz em sua função, e se orgulha de sua independência.

Ainda assim, essa é uma categoria que ainda carece de valorização. De acordo com o gerente geral de fiscalização e limpeza urbana do Recife, Avelino Pontes, a categoria é lembrada apenas quando paralisa as atividades. Ele também reforça como os cidadãos podem contribuir para esse trabalho, através do descarte correto do lixo.

“Nós temos muito relatos de garis que se acidentam, e a gente até faz um trabalho de orientação para as pessoas que fazem uso de alguma medicação. A gente orienta a pegar uma garrafa pet de plástico, colocar esse material e depois passar uma fita e escrever no saco se é vidro ou material perfurocortante”, ressalta.