Nesta segunda-feira (2), o programa Diálogo recebeu os convidados Isabela Veras, delegada adjunta de Crimes Cibernéticos; Will Lopes, professor de História; e Tainã Espindola, chefe da divisão da Gerência de Igualdade Racial do Recife, para discutir os principais desafios no combate aos crimes raciais em Pernambuco e no país. Personalidades como os jogadores Vini Jr. e Gerson, este último do Flamengo, os filhos dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, e a cantora Ludmilla foram mencionados como exemplos de casos de racismo que geraram grande repercussão na mídia.
Will Lopes destacou que o racismo tem reflexos globais e rememorou a Lei Áurea, que, embora tenha promovido a libertação dos escravizados, não trouxe um planejamento para a inclusão. Ele apontou que o racismo estrutural é um legado histórico, reforçado por ideologias como a doutrina nazista, que considerava outras raças inferiores, e que, embora desmentidas pela ciência, ainda influenciam a sociedade.
Tainã Espindola explicou que o racismo é uma ideologia que defende a superioridade de um grupo sobre o outro por diversas razões, sendo um fenômeno persistente e refletido na desigualdade social cotidiana. Ela ressaltou que o racismo é frequentemente velado e exemplificou com o uso pejorativo do termo “macaco”, uma tentativa de desumanizar e desconsiderar o potencial das pessoas negras.
Isabela Veras trouxe um dado positivo, destacando o avanço legislativo de 2023, que equiparou a pena por injúria racial ao crime de racismo, aumentando a pena de dois a cinco anos, tornando-a imprescritível e inafiançável. Ela também explicou a diferença entre injúria racial, que afeta um indivíduo, e o racismo, que se direciona a um grupo.