Taxa de desocupação no Brasil atinge 6,1%, a menor da série histórica
Brasil registra recordes na ocupação e redução de desemprego; informalidade segue em queda
da redação
A taxa de desocupação no Brasil caiu para 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024, registrando uma redução de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Este é o menor índice desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, em 2012, segundo dados divulgados pelo IBGE. O recuo em relação ao mesmo período de 2023 foi ainda mais expressivo, com uma queda de 1,4 ponto percentual, já que a taxa naquele ano era de 7,5%.
O número de pessoas desocupadas no Brasil, atualmente 6,8 milhões, representa o menor contingente desde o final de 2014. Em comparação com o trimestre anterior, 510 mil pessoas deixaram o desemprego, e em relação ao ano passado, 1,4 milhão de trabalhadores conseguiram ingressar no mercado de trabalho. A pesquisa do IBGE também destacou que a taxa de desocupação está 8,8 pontos abaixo do pico histórico de 14,9%, registrado no terceiro trimestre de 2020, durante a pandemia de Covid-19.
Ocupação atinge novo recorde
O número de pessoas ocupadas no Brasil também atingiu um novo recorde, com 103,9 milhões de trabalhadores, uma alta de 25,8% em relação a agosto de 2020, quando esse número chegou a apenas 82,6 milhões. Essa recuperação do mercado de trabalho foi impulsionada especialmente pelo crescimento no setor privado, que registrou 53,5 milhões de empregados, sendo 39,1 milhões com carteira assinada. O setor público contou com 12,8 milhões de trabalhadores.
Outro dado positivo foi o aumento no nível de ocupação, que alcançou 58,8%, o maior desde o início da série histórica. Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o crescimento do mercado de trabalho brasileiro em 2024 é esperado para continuar superando recordes, com destaque para o aumento dos trabalhadores formais e informais.
Informalidade e setores econômicos
Apesar do crescimento no número de ocupados, a taxa de informalidade permanece alta, com 38,7% dos trabalhadores sem carteira assinada, totalizando 40,3 milhões de pessoas. No entanto, essa taxa teve uma leve queda em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2023.
Entre os setores que mais geraram ocupação estão a Indústria, a Construção, a Administração Pública e os Serviços Domésticos. O número de trabalhadores nesses setores aumentou significativamente, com destaque para a Construção, que teve uma alta de 3,6%, empregando mais 269 mil pessoas. Por outro lado, a Agricultura teve uma queda de 4,4%, com 358 mil trabalhadores a menos.
Rendimento e perspectivas
O rendimento médio real habitual foi de R$ 3.285, uma estabilidade em relação ao trimestre anterior, mas com um crescimento de 3,4% em relação ao ano passado. A massa de rendimento também atingiu um recorde de R$ 332,7 bilhões, com um aumento de 2,1% no trimestre e 7,2% no ano. Entre os grupos de atividades, o Transporte e a Construção se destacaram pelo crescimento nos rendimentos.
A pesquisa PNAD Contínua, que abrange 211 mil domicílios em todo o Brasil, é uma das principais fontes de dados sobre o mercado de trabalho no país.