Um levantamento realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) revelou que os acidentes de trânsito geram um custo de R$ 21 bilhões por ano para a economia brasileira. Diante desse cenário preocupante, o programa Diálogo desta segunda-feira (14) promoveu um debate sobre violência e educação no trânsito. Participaram da discussão Aurino Nascimento, chefe da Unidade de Projetos Especiais da Escola Pública de Trânsito do Detran-PE, João Paulo Lustosa, assessor de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, e Carlos Valle, representante do Observatório Nacional de Segurança Viária.
Durante o bate-papo, Aurino Nascimento destacou que os acidentes de trânsito têm causas multifatoriais e reforçou a necessidade de integração entre os setores de fiscalização, engenharia e educação. Para ele, é fundamental trabalhar a educação para o trânsito desde a base, ou seja, do ensino infantil ao ensino superior. “Não é fácil, mas é possível”, afirmou.
João Paulo Lustosa lembrou que a legislação brasileira define o trânsito como um direito de todos, mas também uma responsabilidade coletiva. Ele enfatizou que a educação no trânsito deve ser discutida constantemente, e não apenas durante a Semana Nacional de Trânsito, já que é um tema presente no nosso cotidiano. É preciso ir além da empatia e desenvolver a consciência da responsabilidade pessoal, defendeu ele.
Já Carlos Valle alertou para a crescente vulnerabilidade dos motociclistas, que hoje representam a maioria dos acidentes com morte ou invalidez. Ele lamentou o aumento da impaciência no trânsito e destacou que cada cidadão precisa exercer sua parte na construção de um trânsito mais seguro. Carlos também abordou o conceito de violência simbólica, caracterizada por gestos obscenos, atitudes hostis e comportamentos inadequados que, embora não físicos, contribuem para um ambiente de tensão e insegurança nas vias.