Um dos momentos mais aguardados na vida dos trabalhadores é o da tão sonhada aposentadoria. Após longos anos de trabalho, é chegada a hora de descansar, aproveitar melhor a família e os amigos, viajar ou colocar em prática aquele projeto ou sonho que não foi possível realizar enquanto trabalhava.
Mas para que isso aconteça, é essencial que o processo de aposentadoria seja bem instruído para evitar que o benefício seja negado ou que seja concedido com valores inferiores ao correto.
O advogado previdenciarista Gustavo Valença lista o que fazer antes de dar entrada no pedido do benefício. Confira:
Analise o CNIS e os demais documentos
O primeiro passo é analisar o CNIS e os demais documentos relativos aos períodos trabalhados ou contribuídos, como carteiras de trabalho, holerites e carnês de contribuição.
O CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) é uma espécie de extrato previdenciário que detalha os vínculos, remunerações e contribuições do segurado, além de outras informações. O segurado consegue ter acesso ao CNIS pelo site Meu INSS ou aplicativo de celular, basta realizar o cadastro.
Com o CNIS em mãos, o trabalhador deve verificar se as informações registradas batem com os demais documentos, analisando os salários, as contribuições e as datas de entrada e de saída do serviço.
Havendo alguma informação incorreta, o trabalhador já ficará ciente de que precisará anexar uma documentação extra no pedido de aposentadoria, apontando a diferença. É comum, por exemplo, encontrar divergências no valor do salário ou nas datas de início e fim dos vínculos.
Por isso, é importante estar atento, pois essas correções podem impactar no resultado da análise do INSS ou até mesmo no valor do benefício.
Veja se tem direito
Após a análise da documentação, é possível ter um panorama mais completo da situação em que se encontra o trabalhador, e assim iniciar a contagem do tempo de contribuição para verificar se já é possível se aposentar ou se será preciso trabalhar mais tempo antes de solicitar o benefício.
Importante lembrar que a Reforma da Previdência de 2019 mudou as regras do regime de Previdência Social, estabeleceu idade mínima, criou regras de transição e passou a considerar no cálculo do benefício todos os salários de contribuição desde julho de 1994.
Com isso, o segurado precisa verificar se já preenche os requisitos e analisar, dentre as opções possíveis, qual o tipo de aposentadoria que melhor atende as suas necessidades.
Importante lembrar, também, que os trabalhadores que adquiriram o direito à aposentadoria antes de a reforma entrar em vigor, ainda podem pedir o benefício pela regra antiga, se for mais vantajoso.
Organize a documentação
Quando for realizar o pedido de aposentadoria no site ou aplicativo Meu INSS, a dica é deixar toda a documentação pessoal e do trabalho previamente organizada. Isso vai ajudar a conferir as informações antes de dar entrada no pedido.
Mesmo os trabalhadores que não tem período extra a ser comprovado no CNIS, a recomendação é anexar, ao menos,os documentos pessoais e a carteira de trabalho no pedido de aposentadoria. Para os trabalhadores autônomos ou segurados facultativos, também é importante enviar os carnês de contribuição.
Planejamento Previdenciário
Caso o trabalhador não se sinta seguro, a recomendação é fazer um planejamento previdenciário com um advogado especialista em aposentadorias.
O planejamento previdenciário consiste em um estudo realizado para indicar o momento certo para solicitar a aposentadoria, buscando o melhor benefício no menor tempo possível.
Através dele, será possível entender os caminhos e quais são as oportunidades que se pode aproveitar para conseguir o valor ideal de benefício.
Desta forma, o trabalhador poderá tomar com mais segurança, clareza e tranquilidade a decisão de solicitar o benefício.
