Anderson Torres vai dizer em depoimento que não ha crime em expressar opinião em reunião fechada
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Anderson Torres vai dizer em depoimento que não ha crime em expressar opinião em reunião fechada

Convocado para depor amanhã, na Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, vai alegar que as provas colhidas até agora não provam sua participação efetiva no golpe. As informações são do blog da Andréia Sadi.

A Polícia Federal encontrou em materiais apreendidos do ex-ajudante de ordens Mauro Cid o vídeo de uma reunião ministerial na qual Torres faz sérios ataques às urnas eleitorais e diz que colocaria uma estrutura da própria PF para atuar de forma “mais incisiva”.

“Isso tudo que o presidente [Jair Bolsonaro] falou é muito difícil de ser identificado. Os questionamentos serão feitos. A gente vai atuar de uma forma mais incisiva do que já estamos atuando. Mas acho que o mais importante é cada um entender que o momento é agora”, argumenta.

Diante das novas evidências, interlocutores do ex-ministro afirmam que ele alegará se tratar de opinião pessoal e que expressá-la em uma reunião privada, fechada, não constituiria crime. Tentará caracterizá-las como “falas infelizes” e “bravatas”. O ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Wagner Rosário chegou a questionar se o encontro estava sendo filmado, mas Bolsonaro negou e afirmou que somente sua fala seria registrada.

Para eles, no entanto, fica evidente que o registro das falas traz um prejuízo de imagem. Por isso, a estratégia é se concentrar em negar materialidade de crime.

Além disso, Torres irá insistir que não há provas de participação efetiva em reunião para tratar de minuta, nem ida a acampamentos golpistas ou procedimentos da PF para dar andamento ao golpe.

A Polícia Federal, no relatório da operação Tempus Veritatis, dá centralidade à fala de Torres na reunião de 5 de julho de 2022. De acordo com a corporação, as teses propagadas “sem compromisso com a verdade” dariam mais credibilidade à narrativa o que, para a PF, evidencia uma “atuação com dolo, consciência e livre vontade, na produção e divulgação, por diversos meios, de narrativas sabidamente não verídicas ou sem qualquer lastro concreto”.

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