Caso Darik Sampaio: investigação aponta envolvimento da Polícia Militar, mas Justiça pode arquivar o caso

Adolescente de 13 anos foi vítima de bala perdida, mas autor do disparo não foi identificado e MPPE pediu arquivamento

da redação

A investigação sobre a morte do adolescente Darik Sampaio da Silva, de 13 anos, apontou que os disparos que causaram sua morte partiram de uma arma utilizada pela Polícia Militar de Pernambuco. No entanto, o inquérito não conseguiu identificar quem foi o responsável pelos tiros, o que pode resultar no arquivamento do caso. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou o fechamento do processo por entender que não há provas suficientes para denunciar qualquer policial envolvido.

Darik, atleta da equipe sub-14 de futsal do Sport Club do Recife, estava na calçada da casa de uma amiga, na Rua Professora Arcelina Câmara, no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife, quando, em 16 de março deste ano, uma perseguição policial ocorreu nas proximidades. As duas amigas conseguiram se abrigar na casa, mas Darik foi atingido por tiros na perna e no quadril.

O inquérito da 3ª Delegacia de Homicídios da Polícia Civil foi concluído em outubro, após mais de sete meses de apuração, mas, como é comum, a Polícia Civil não revelou que a investigação havia identificado a Polícia Militar como autora dos disparos.

O MPPE, ao analisar o inquérito, emitiu parecer na semana passada recomendando o arquivamento, alegando que os elementos reunidos não são suficientes para a denúncia de um policial militar. O promotor Ademilton Carvalho Leitão, no parecer, destacou que os policiais militares envolvidos se recusaram a participar da reprodução simulada, uma etapa crucial para tentar identificar o responsável pelo disparo. Ele também observou que a recusa prejudicou a coleta de provas, impedindo a realização de tal perícia.