Motoristas de Ônibus Fecham Terminal da PE-15 em Protesto Contra Projeto de Lei de “Surfe” nos Coletivos

Manifestação em Olinda durou três horas e paralisou o acesso ao terminal. Categoria exige diálogo sobre a proposta que responsabiliza motoristas e cobradores

da redação

Motoristas de ônibus paralisaram os veículos e bloquearam o acesso ao Terminal da PE-15, em Olinda, durante um protesto realizado na manhã desta terça-feira (5). A manifestação, que durou cerca de três horas, causou transtornos aos passageiros, que precisaram descer dos ônibus e não conseguiram chegar aos seus destinos (veja vídeo acima).

O protesto foi motivado por um projeto de lei que proíbe a prática de “surfe” nos ônibus e responsabiliza os motoristas e cobradores pelas ocorrências. Segundo os rodoviários, o texto da proposta prejudica os profissionais da categoria, que seriam responsabilizados por ações de passageiros que cometem infrações como o “surfe” em cima dos coletivos. A manifestação foi organizada pela Associação de Benefícios Independentes dos Rodoviários de Pernambuco (Abirpe), que não tem vínculo com o Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana.

Passageiros relataram que, ao chegarem ao terminal, os motoristas interromperam a viagem, obrigando-os a descer dos veículos e ficando impossibilitados de seguir viagem. Roberto Carlos Torres, presidente da Abirpe, afirmou que os motoristas se arriscam ao abordar os passageiros que cometem infrações, já que muitos se mostram agressivos tanto com os profissionais quanto com os demais usuários do transporte público.

“Do nosso ponto de vista, que acompanhamos o dia a dia dos rodoviários, somos os mais importantes para garantir o equilíbrio no sistema de transporte. Não deveriam aprovar um projeto de lei sem sequer consultar os profissionais ou realizar uma audiência pública. Vamos continuar protestando até que isso seja resolvido”, declarou Torres.

Na segunda-feira (4), rodoviários realizaram outro protesto no Centro do Recife, bloqueando a Rua do Sol, no bairro de Santo Antônio, entre 11h e 13h. O objetivo também era pressionar a governadora para que vete o projeto de lei.