Nesta segunda-feira (31), o programa Diálogo recebeu o economista da Fecomércio Pernambuco Rafael Lima, o advogado trabalhista Agenor Nogueira e o educador financeiro João Paulo Nogueira para discutir o empréstimo consignado destinado aos trabalhadores com carteira assinada, programa do governo federal .
Durante a conversa, Rafael explicou o funcionamento do empréstimo consignado para esses trabalhadores e ressaltou a necessidade de cautela, já que, apesar das condições facilitadas, o empréstimo ainda está sujeito a juros. Ele alertou que não é recomendado recorrer ao consignado para gastos recorrentes, como pagar contas e fazer compras do dia a dia. Rafael sugeriu que o empréstimo consignado seja utilizado, preferencialmente, para quitar dívidas anteriores contraídas com instituições financeiras que cobram juros mais altos. Ele também trouxe dados sobre o endividamento e a inadimplência, expressando preocupação de que o uso excessivo do consignado possa agravar ainda mais essas situações.
Agenor explicou que existem garantias caso o empréstimo consignado não seja pago, com duas opções principais: as verbas rescisórias e o saldo do FGTS. Caso o valor ainda não seja quitado, a dívida permanecerá em aberto até o trabalhador ser novamente contratado com carteira assinada, com a adição dos juros acumulados. O advogado também destacou que o limite para o desconto na folha de pagamento do trabalhador é de 35%, e observou que os bancos estão flexibilizando a concessão de crédito até mesmo para trabalhadores com nome negativado, devido à segurança oferecida pela garantia desse desconto.
João Paulo comentou que um dos principais objetivos do empréstimo consignado é possibilitar ao trabalhador o acesso a um crédito mais barato, o que pode ajudar a injetar dinheiro na economia. Ele ressaltou que o consignado pode ser uma boa opção para quem está no cheque especial ou com dívidas no cartão de crédito, devido aos juros mais baixos. No entanto, João Paulo enfatizou que é essencial que o indivíduo analise de forma crítica se realmente precisa do valor solicitado. Ele também mencionou a falta de educação financeira no país como um dos fatores que contribuem para o endividamento excessivo e as decisões impulsivas de consumo.