Pescadores e Comunidades Quilombolas Protestam e Interditam Acesso ao Porto de Suape
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Pescadores e Comunidades Quilombolas Protestam e Interditam Acesso ao Porto de Suape

Pescadores e Comunidades Quilombolas Protestam e Interditam Acesso ao Porto de Suape

Manifestação, que durou mais de seis horas, reivindica inclusão em auxílio-dragagem e suspensão de projeto que ameaça comunidade quilombola; protesto causou congestionamento na PE-60

 

da redação

Na manhã desta segunda-feira (4), comunidades de pescadores e quilombolas do entorno do Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, Pernambuco, realizaram um protesto que interditou a rotatória de acesso ao porto. O ato, que ocorreu entre 6h e 13h, gerou um longo engarrafamento na PE-60. As principais demandas incluem a inclusão de 89 pescadores artesanais em um “auxílio-dragagem” destinado a mitigar os impactos das obras em suas fontes de renda, além da suspensão de um projeto que prevê a realocação de uma comunidade quilombola.

Em uma carta de reivindicações, o grupo afirmou que está estabelecido na região desde antes da construção do complexo portuário e destacou os prejuízos que vem enfrentando. Entre os problemas apontados estão:

  • As dragagens que “destruíram os ecossistemas marinhos, depositando sedimentos em áreas de manguezais e assoreando o litoral do Cabo do Santo Agostinho e de Ipojuca”.
  • O despejo ilegal de efluentes por empresas que operam no complexo.

Os manifestantes também expressaram preocupação com a ampliação do porto, que pretende eliminar áreas de manguezais e instalar um Terminal de Minérios na Ilha de Cocaia, um local tradicionalmente associado à Festa da Ouriçada, realizada há décadas. O Quilombo de Mercês, reconhecido pela Fundação Palmares, tem sido tratado como um obstáculo para os interesses do complexo, segundo os protestantes.

O jornalista Chico Ludermir, do Fórum Suape, relatou que os manifestantes chegaram ao local por volta das 6h e, às 12h45, a rotatória seguia totalmente interditada. “Há uma década, as dragagens são realizadas em períodos proibidos, afetando severamente os pescadores. Enquanto alguns estão recebendo o auxílio, 89 pescadores foram excluídos, mesmo pescando em áreas impactadas. A principal reivindicação é a interrupção das dragagens durante o verão”, destacou Ludermir.

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Fonte:
Redação TV Nova
Foto:
Arthur Mota