A Polícia Militar de Pernambuco anunciou, nesta quinta-feira (18), o indiciamento de quatro PMs que fazem parte das investigações sobre o caso do soldado que assassinou a esposa, que estava grávida, e baleou quatro colegas de farda.
Em dezembro de 2022, o soldado Guilherme Santana Ramos de Barros, 27, atirou contra a esposa, Claudia Gleice da Silva, 33, no Cabo de Santo Agostinho. Após cometer o crime, Guilherme seguiu para o 19º Batalhão da Polícia Militar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, onde trabalhava, efetuou disparos contra outros policiais e, em seguida, cometeu suicídio. Na ocasião, morreram a Major Aline Maria e o segundo tenente Wagner Souza.
Dois soldados foram indiciados por prevaricação, que é quando o funcionário público deixa de realizar sua função, já que não impediram a entrada de Guilherme e não agiram quando ouviram os tiros.
Um cabo, que estava de folga, no Rio Grande do Norte, no dia do crime, também foi indiciado por prevaricação e fraude processual. Ele recebeu mensagens do soldado, perguntando sobre a repercussão do feminicídio em Pernambuco e optou por não comunicar aos superiores. Logo após a invasão ao 19º BPM, apagou as mensagens do celular.
Um outro soldado foi indiciado por prevaricação e omissão penalmente relevante, pois também recebeu mensagens de Guilherme, informando que seguiria para o quartel e mataria dois ou três, mas não comunicou aos superiores.
De acordo com o porta-voz da PM, coronel Luiz Cláudio de Brito, Guilherme jogou o celular pela janela do carro de aplicativo antes de chegar no batalhão, mas o aparelho foi recuperado pelo motorista e levado até a polícia. Foi assim que as mensagens puderam ser acessadas.
Além do indiciamento, os agentes públicos serão investigados administrativamente pelo Conselho de Disciplina, na Corregedoria da SDS. No entanto, enquanto os processos não transitarem em julgado, eles seguirão no exercício das atividades.