por Gabriel Couto*
O Grupo Cultural Dona Nanete, responsável pelo Maracatu Nação Noronha, inicia atividades em celebração ao Dia da Consciência Negra, nesta segunda-feira (20). As ações, que vão desde debates até apresentações musicais, são gratuitas e se estendem até o final do mês.
A programação, organizada por Dora Costa, uma das criadoras do Grupo Cultural Dona Nanete e do Maracatu Noronha, tem início às 20h desta segunda, no Bar do Cachorro, Sítio Histórico do Cachorro, com diversas atividades, como: roda de conversa sobre a “Presença Negra em Noronha”, encontro de capoeiristas, apresentação do Maracatu Nação Noronha, declamação de poesia preta, apresentação de reggae e show do grupo Samba dos Amigos.
Na quinta-feira (23), na sede do Grupo Dona Nanete, na Vila dos Remédios, será exibido o filme “Medida Provisória” às 20h, seguido por um debate. Terá ainda uma exposição fotográfica com 12 painéis, retratando a história da “passagem negra” em Noronha, estará aberta nos dias 28 e 29, no Forte dos Remédios, e no dia 30, no Memorial Noronhense Marieta Borges, na Vila Nossa Senhora dos Remédios.

Dia da Consciência Negra: reflexão sobre a identidade cultural brasileira
No dia 20 de novembro, celebra-se o Dia da Consciência Negra, homenageando Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Nascido em Pernambuco, Zumbi foi escravizado aos seis anos, assassinado em 20 de novembro de 1695. Sua figura representa a luta e a consciência negra.
Objetivo da celebração
O Dia da Consciência Negra busca promover uma reflexão sobre a significativa contribuição dos negros no desenvolvimento da identidade cultural brasileira. Música, política, religião, esportes e diversas áreas foram profundamente influenciadas pela riqueza da cultura negra.
História de Zumbi e do Quilombo dos Palmares
Durante o Brasil colonial, Zumbi personificou a resistência dos negros contra a escravidão. O Quilombo dos Palmares, situado em Alagoas e liderado por Zumbi, foi o maior quilombo que existiu na América Latina e chegou a reunir cerca de 20 mil habitantes. Representou uma fortaleza contra o sistema escravocrata. Ali, os negros recuperavam sua liberdade, conservavam a cultura africana e cultivavam o comércio com cidades vizinhas.
O assassinato de Zumbi transformou-o em uma lenda entre os africanos escravizados, cuja história foi transmitida de geração em geração. Ele lutou até a morte contra a escravidão, que só encontraria seu fim em 13 de maio de 1888, com a abolição oficial da escravatura no Brasil, cerca de 193 anos após sua morte.
Estabelecimento do Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra foi instituído pelo projeto Lei nº 10.639, em 9 de janeiro de 2003, sendo sancionado como feriado nacional apenas em 2011 pela presidente Dilma Roussef, por meio da Lei 12.519/2011. Atualmente, o feriado é observado em mais de mil municípios, promovendo a reflexão e celebração da riqueza da cultura negra no Brasil.
Programação completa em Fernando De Noronha:
Segunda-feira (20)
Roda de conversa: Presença Negra em Noronha, com mediação de Grazielle Rodrigues;
Encontro de capoeirista, comandando pelo professor Ari;
Apresentação do Maracatu Nação Noronha;
Declamação de poesia preta, com Guga Bezerra;
Apresentação de reggae, com Juá e banda;
Apresentação do grupo Samba dos Amigos;
Local: Bar do Cachorro, 20h;
Entrada gratuita.
Quinta-feira (23)
Filme Medida Provisória e debate.
Sede do Grupo Dona Nanete, na Vila dos Remédios, 20h;
Entrada gratuita.
Terça-feira (28) e quarta-feira (29)
Exposição fotográfica;
Forte dos Remédios;
Das 10h às 22h;
Entrada grátis para moradores da ilha e R$ 50, passaporte de acessos para turistas.
Quinta-feira (30)
Exposição fotográfica;
Memorial Noronhense Marieta Borges;
Das 9h às 17h;
Entrada gratuita.
*estagiário sob supervisão